sexta-feira, 30 de março de 2012












Augusto dos Anjos

Noite. Da Mágoa o espírito noctâmbulo
Passou de certo por aqui chorando!
Assim, em mágoa, eu também vou passando
Sonâmbulo... Sonâmbulo... Sonâmbulo...

Quem foi que viu minha Dor chorando?
Saio. Minha alma sai agoniada.
Andam monstros sombrios pela estrada
E pela estrada, entre estes monstros, ando!

Bati nas pedras de um tormento rude
E a minha mágoa de hoje é tão intensa
Que eu penso que a Alegria é uma doença
E a Tristeza a minha única saúde!

Morte, ponto final da última cena,
Forma difusa da matéria imbele,
Minha filosofia te repele,
Meu raciocínio enorme te condena!
Versos Íntimos

Augusto dos Anjos


Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

quarta-feira, 28 de março de 2012

Illness?

Sinceramente? Respiro fundo e choro sem saber como descrever. Como passar ilesa disso? Como posso descrever? Não se explica, se sente e quem não sente nada talvez não seja digno. Amor tem que ser recíproco. Mas há reciprocidade? Saudades mata! Solidão é sombra, acompanha tudo com amargura se fixando ao meu coração.

terça-feira, 27 de março de 2012

Um vestidinho preto e sem graça,
Que a todos que passam,
deixa seu ar de raça.

2004